segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Partes do 2º capítulo

CAPÍTULO 2 - VIAGEM SEM VOLTA

O sentimento do personagem Bruno de ver a família reunida no Natal:

"(...) Quando olhei praquela árvore bem ornamentada, lembrei de uma frase de um autor que dizia: Melhor do que todos os presentes embaixo da árvore de natal é a presença de uma família feliz. Isso é a pura verdade. Só de ver o brilho nos olhos de titia, de Alan e de papai, me enche o coração e dá mais vontade de continuar sonhando alto, continuar ambicionando meus desejos mais intensos. (...)"

O votos de Ano Novo á sua amada Doralice e a noite dos sonhos:


"(...) Foi o Ano Novo mais feliz da minha vida. Olhei bem fundo nos olhos de Doralice e disse:
─ Meu amor! Que esse ano que está por vir nos encha de felicidade, paz e amor. Que todos os nossos sonhos se realizem e que o nosso amor transcorra para sempre!
─ Eu desejo o mesmo meu amor! Desejo também que a nossa vida mude pra melhor e que você consiga realizar tudo o que sempre desejou! ─ ela disse.
E nos beijamos depois. Tive uma noite daquelas com minha amada, transamos até altas horas, ficamos mais ou menos umas duas horas na cama, dessa vez foi na cama, eu não resistir ao encanto do arranjo que Doralice preparou pra gente; flores, velas, pétalas de rosas, incensos perfumados, cama delicada, lençóis limpos e mais outras frescuras de mulher. Já começamos a transar debaixo do chuveiro, quente, bem quente; frio espantaria aquele fogo que arrodeava a gente, que envolvia-nos naquela hora, um fogaréu que saia de não sei de onde. Fomos para cama, ficamos. Dessa vez foi mais forte, mais real. Parecia que nunca tínhamos transado na vida. Foi mágico, intenso. O eretismo parecia nunca ter fim, os gemidos foram mais altos, quem tivesse do outro lado da rua ouviria. (...)"

A vida mudou... para pior. O primeiro contato com as drogas:

"(...) naquele ano a vida daquelas pessoas mudasse, mudasse pra melhor, ainda melhor do que foi no ano passado. É... Realmente, a vida mudou mesmo, a minha, principalmente, pra pior.
Foi a primeira vez que eu peguei em drogas na vida, a primeira vez que eu usei maconha, cocaína depois. Influências de Carlos e Leandro, meus colegas de classe da nova turma do 3º ano e que depois se tornaram os meus “melhores amigos”. A primeira vez foi quando eles me convidaram pra ir à casa de um deles, do Carlos, ressaltamos. Íamos fazer um trabalho escolar, de Biologia, sobre genética, sobre as Leis de Mendel. Nunca entendi muito bem o assunto, mas esperaria que Carlos, o mais inteligente da turma me explicasse. Eles me ofereceram um trago de maconha. Recusei no momento. Eles me zoaram, tiraram onda com minha cara, até me chamaram de viado; ah! isso eu não permito. E pra dar a volta por cima dos rebaixamentos traguei aquele cigarro. Foi intenso. Fiquei fascinado com aquilo. Queria mais, pedi mais, implorei por mais. Eles me olharam por um instante, pensaram, hesitaram profundamente, riram depois, também estavam drogados, muito loucos. Carlos entrou, ficou lá um maior tempão, voltou meio melindroso, me deu mais quatro cigarros. Aquilo que ele trouxe já não era mais maconha, era ópio. O fumo satisfazia minha vontade. Drogas era um assunto que eu nunca aprendi, eu nunca sabia como aquilo dava prazer e que também matava, aos poucos, matava. Era como a AIDS, Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, provocada por um vírus chamado HIV. O HIV pode contaminar indivíduos que se envolvem em situações de risco sem proteção. Essas situações estão muito bem definidas e caracterizadas, sendo, portanto, facilmente evitáveis. Em casos de AIDS, manifestam-se diversas doenças, porque o sistema de defesa do organismo humano fica desorganizado pela ação do HIV. Um dia matava, vagarosamente, era como se a pessoa tivesse sido dopado por morfina, aos poucos ia perecendo. Falando em AIDS, eu não sabia que o Leandro era gay, viado pra ser mais exato. Descobri quando o Carlos me levou pro quarto com ele e nós transamos; era a primeira vez que eu tinha transado com um gay na vida. Confesso, foi melhor do que com a Doralice e outras mulheres, o cara sabe fazer bem, parece que foi treinado numa escola ou coisa do tipo, mas ele não tinha muito jeito de gay, escondia, era encubado na certa, não fala pra ninguém por medo ou vergonha, sei lá. Só o comi por instigação de Carlos e porque estava universalmente drogado, porque se não fosse isso jamais eu teria cometido essa insanidade. Eu e Carlos fizemos um trato: se tivesse relações sexuais com Leandro não precisaria pagar toda a grana das drogas, como não tinha dinheiro suficiente pra quitar toda a dívida, eu aceitei. O Carlos também comia Leandro, eles só andavam juntos. Leandro era magro, acho que ele tinha AIDS; tomara que não, visto que o comi sem camisinha; ele tinha alguns músculos, tinha bunda também, pernas meio grossas, era bonito; qual o gay hoje em dia que não é bonito? Eles me pediram segredo e eu tive que guardar, porque se eu contasse o que tinha acontecido naquela tarde iria manchar toda a minha honra. E marcamos sempre pra fazermos trabalho em trio, sempre na casa do Carlos. Os pais dele saiam o dia inteiro, nunca paravam em casa, acho que é por isso que Carlos é assim, autoritário, mandão, traficante, perigoso, não tinha cara, mas era perigoso. Os encontros pra tratar de assuntos escolares se tornavam outros encontros, encontros para tragarmos aquelas drogas, fumávamos e cheirávamos, o Leandro me ensinou a cheirar enquanto Carlos ia buscar mais tabaco-de-caco; caco, como o dizia. Fiquei ainda mais louco por aquilo, essas drogas nunca saia de minha cabeça, martelava todo dia, “Fuma mais, fuma mais, fuma mais!” A música de Renato Russo, aquela “Mais Uma Vez”, já tinha se expirado da minha mente, e o desejo pelas drogas tomou conta, tomou conta de tudo."


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