quinta-feira, 18 de outubro de 2012

POSTS DO CAPÍTULO 3

O campeonato de futebol:

"(...) Olhei pra arquibancada e notei Carlos e Leandro. Os dois me olhavam irônicos, sarcásticos, querendo dizer com aquelas caras que eu nunca ia ser ninguém na vida, e foi o que veio a minha cabeça — eu não ia ser ninguém na vida, só mais um adolescente mergulhado no mundo das drogas, acabaria estirado no chão com três tiros na cabeça e a notícia no jornal do país: “Jovem de dezessete anos morre assassinado por se envolver em drogas.” (...)"

O "incentivo":


"(...) O tempo acabou, a partida terminou, nosso sonho expirou. O time adversário ganhou de três a dois, vergonha pra gente e pra escola. Recebemos vaias de todos os lados. Tempo depois de recuperar-se da desonra, quando não tinha mais ninguém ali presente, fiquei sentado na arquibancada pensando no que realmente tinha acontecido e não queria acreditar. Carlos e Leandro se aproximaram de mim. Carlos disse na maior cara cínica:
 ─ Relaxa brother, um dia piora.
Aquilo não era um incentivo, era um “bem feito” pra mim resumido, pra que não machucasse muito. (...)"

Bruno revela a Tião que está usando drogas:

Por um instante, eu sentei no sofá e comecei a chorar arrependido. Ele se aproximou de mim, passou a mão na minha cabeça e perguntou:
─ Quer conversar? ─ e continuou: Se abre comigo Bruno, eu sou seu pai, conta o que está acontecendo ─ implorou ele quase chorando.
─ Pai... Eu estou usando drogas ─ eu disse bem direto, sem rodeios.
Ele se levantou dali meio transtornado, incrédulo, não tinha ouvido aquilo, ou não queria ouvir aquilo.
─ Acho que eu não entendi bem o que você falou Bruno. Você o quê? ─ e perguntou aquilo quase explodindo de ódio.
Eu fui logo dizendo:
─ Não foi porque eu quis pai, foram por influências dos meus amigos, eles que me incentivaram a usar drogas.
─ Que amigos são esses? ─ ele perguntou.
─ Uns amigos da escola ─ eu disse já cabisbaixo, com medo da fúria do meu pai.
─ Quanto tempo isso? ─ perguntou se acalmando do choque. O choque agora foi maior com a minha resposta:
─ Vou ser sincero com você, não vou mentir, já tem alguns meses ─ disse eu.
Aquilo deixou meu pai maluco, ele começou a chorar, a gritar “Não, não, não, meu filho não” e entrou ainda mais transformado. 

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