sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Capítulo 8 - Parte 2

(...) Sentei no sofá meio zonzo com aquelas palavras escrito a lápis e às vezes borrado. Lembrei de tudo o que eu tinha vivido anos atrás. Cheguei a uma conclusão: Atravessei um mundo corrompido, deixei de lado o amor da minha família, tornei-me egoísta, prepotente e arrogante. A recompensa de tudo isso foi à perda de meu pai. O caminho da minha primeira jornada é essa, a perda da minha amada pra sempre e sem nenhum resquício de que, algum dia irei reconquistá-la novamente.
Agora entendo o que ela quis dizer com refugo. Drogas, amizades destruidoras, festas, confusões, dinheiro, fama, poder e sucesso... Tudo é refugo, são coisas que ficarão lá atrás, coisas que serão esquecidas daqui a cem anos. Nada vale mais do que o amor. Nada vale mais do que viver ao lado das pessoas que você ama. Nem dinheiro, nem poder, nem sucesso vão te levar a lugar nenhum, só a grandes torres, a grandes altos, a grandes topos. Esse topo, esses altos e essas torres um dia vão cair e a queda será longa, feia e dura. Só o amor nos levará a grandes altos, a grandes torres e sem quedas, sem feridas e sem dor. (...)

O reencontro:

(...) Ela saiu da casa. Vestia um lindo vestido florido rodado, os cabelos encaracolados, vívidos, perfumados, sua pele morena banhada em óleo de baunilha e mel. Vinham num rebolado exótico, suas formas se desenhavam distintamente, as curvas de seu corpo eram melhores. Mas o que fez mudar tanto assim? Ela me atendeu:
─ Como você está? ─ ela perguntou.
─ Está tudo bem comigo. Você tá diferente, mais bonita, mais sensual. Posso entrar? ─ eu perguntei.
Não deu tempo de responder e logo, Carlos, meu ex-amigo e ex-colega ia saindo da casa sem camisa e sem bermudas, só de sunga. Na certa estava preparando-se pra ir à praia naquela manhã de Domingo.
─ Não. Você não pode entrar na minha casa por que não foi convidado ─ ele disse.
─ O que ele estava fazendo ali com ela naquela casa? ─ perguntei a mim mesmo.
A resposta foi o beijo que ele deu nela ao sair. Percebi que eles estavam juntos. Reparei uma aliança na mão de cada um. Estavam noivos, iam se casar. O meu chão tinha caído naquele momento.
─ Vocês estão noivos? ─ eu interroguei.
─ Vamos casar daqui a alguns dias ─ ela disse meio nostálgica.
─ Podemos conversar? Pode ser aqui fora mesmo, não tem importância ─ eu perguntei.
─ Não posso conversar agora, estou
atrasada, tenho um compromisso ─ ela respondeu.
Decidi deixá-la sair, não quis insistir nem contrariá-la. Voltei ao hotel onde estava hospedado e lá fiquei com um pouco de mágoa no coração. 

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